domingo, 7 de dezembro de 2014

A personalidade socratiana....

Houve algo que me irritou particularmente durante os anos dos últimos dois governos socialistas... E não, não foi o socialismo em si, foi mesmo a personalidade, quiçá patológica, do nosso antigo primeiro ministro!
Depois de uma conturbada saída (ou terá sido fugida) de um primeiro ministro do PSD para a Comissão europeia, substituído (senão estou errada, pelo candidato seu adversário do PSD), entretanto destituído por um Presidente da República (socialista, mas dito apartidário), eis que aparece um senhor primeiro ministro, bem falante, bem vestido, excelente enganador!
Conheço tão boa gente que durante uma vida votou à direita, e de repente deixou-se ir na conversa deste senhor....
Nunca gostei do senhor, e nunca gostei dele não por ser socialista! Há pessoas que aprecio nesse partido com o qual não me identifico.... Quanto a José Sócrates, nunca gostei, nunca consegui ouvir o seu discurso, egocêntrico, oco, vazio de qualquer conteúdo prático.... Durante todo os seus mandatos esteve sempre envolvido em escândalos, desde a sua licenciatura aos diversos processos de investigação criminal... Mas também não foi isto o que mais me irritou!
O que me irritou foi a forma como destruía tudo à sua volta... Foi responsável por calar todas as vozes que se levantaram contra si (uma atitude  pouca dada à censura,  num estado dito democrático!!!). Foi responsável por políticas reformista que procuraram, a meu ver, a estupidificação da população... 
E assim vivia no seu mundo egocêntrico, isento de crítica e oposição, em que se considerava o melhor do mundo, e nos pautada com o seu discurso oco, mas optimista.... Quando em todo o mundo se falava de crise, ele pautava-nós com discursos de obras megalômanas como o dito TGV ou o novo aeroporto de Lisboa.
Fiquei tão feliz no dia em que apresentou a sua demissão. Mas ainda mais feliz no dia em que o ouvi fazer o discurso da derrota, e em que comunicou aos portugueses que se ia ausentar do país (acho que festejei mais a derrota, que propriamente a vitória do PSD)....
Mas como qualquer erva daninha, a ausência deste senhor foi curta... E rapidamente voltou (confesso que eu nunca o ouvi, não há paciência para tanto disparate)...
Voltou a regressar, foi preso, e continua a escrever uma série de disparates, a ritmo quase diário... 
Já desisti, aconteça o que acontecer, ninguém vai calar os disparates! E se eu fosse advogada do senhor acho apresentaria insanidade como defesa...
 E aqui caímos na perigosa personalidade socratiana: seres que se julgam os melhores, mas tendo a triste noção e preconceito das suas origens e inferioridade, secam tudo à sua volta. E pior, mesmo perante o óbvio, continuam a levantar-se em discursos, de que o mundo é um complô contra si!
O mundo só roda e evoluiu com a positiva discussão de ideias, de políticas, de gente séria, que não querendo ser a melhor, quer contribuir para um mundo melhor!


sábado, 8 de novembro de 2014

Porque não.... Azeite e Vinagre simplesmente não se misturam!!!

Não adianta nada tentarmos lutar contra a lógica concreta e racional da ciência exacta... Se está cientificamente provado... É porque já outros antes de nós, dedicaram uma vida na tentativa inglória de demonstrar efectivamente o contrário, sem qualquer vislumbre de sucesso!
Tudo isto para vos contar a minha grande conclusão desta última semana: Azeite e Vinagre, podem até complementar-se, mas decididamente não se misturam. Podem passar o tempo todo deste mundo juntos, tentando misturar-se, mas vão sempre chegar à mesma conclusão: não, não se misturam mesmo!
Acredito,e sempre acreditei, e nunca deixarei de acreditar, que a riqueza desta vida, reside exactamente na diferença: na diferença do ser, na diferença do pensar, na diferença do estar. As melhores equipas a resolverem problemas, são exactamente aquelas que reúnem grupos de pessoas diferentes, que lhes permite abordar um mesmo problema, de diferentes perspectivas. Somente nestas situações, se pode sonhar encontrar o mistério para a solução de enigmas!
Mas volto, e torno a voltar a dizer, não,  Azeite e Vinagre não se misturam! Podem e devem-se complementar, mas nunca se misturam! 
A diferença é somente aceitável quando cada ser individual, se aceita e vive bem consigo próprio! A diferença é somente aceitável quando dois indivíduos diferentes, aceitam a diferença do outro e têm a inteligência emocional necessária, para crescerem e se tornarem melhores nessa diferença!
Porque de facto.... Azeite e vinagre não se misturam!

sábado, 25 de outubro de 2014

A anatomia do amor!

Não me querendo imiscuir em conceitos tão complicados como a definição dessa coisa complexa a que chamamos amor, vou apenas contestar esse ícone que todos a ele associamos, essa representação melosa do sentimento, chamada coração! Quem se terá lembrado, de associar o órgão coração, ao conceito do amor?
Ora o coração é um órgão principalmente constituído por tecido muscular especializado (que não existe em mais lado nenhum do corpo humano), suportada a sua estrutura por um esqueleto fibroso. O coração resultada quase da união de dois corações, um direito e um esquerdo, que embora partilhando semelhanças, apresentam características que os distingue, associadas às suas diferentes funções. O coração possuí um complexo sistema eléctrico, que o mantém a bater. Mas o coração não tem sensibilidade dolorosa, se cortarmos o coração, não dói.... O coração tem contudo sensibilidade, a sua inervação é toda ela mediada pelo sistema nervoso autônomo, esse complexo sistema, que a razão não controla!
Bem... E ao fim de toda esta discrição, até se compreende o porquê da associação de coração e amor... Esse sentimento complexo, irracional, dicotómico!
Mas o símbolo, e  agora transporto para a escrita como "<3", está absolutamente errado... A forma do coração é uma pirâmide, assimétrica, muito pouco dada à beleza estética. Um pirade com um ápice, um base, e quatro faces, a quem alguém se lembrou de dar um piparote e de a deixar cair com o ápice apontado para baixo e para a esquerda.
Por isso, que quiserem representar de forma anatomicamente correcta o coração, escrevam |> e não <3!
Complicado, não?

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O tempo a voar....

Sinto que quanto mais anos passam, mais rápido parece que as horas correm! 
Lembro-me perfeitamente de ser criança, e contar com algum sufoco no coração os dias que faltavam para as férias grandes, os dias que faltavam para o dia de Natal, os dias que faltavam para o meu aniversário! 
Lembro-me sempre do qb de tristeza  por ver o tempo andar tão devagar....
Agora o tempo voa.... Ainda ontem festejava a passagem de ano, e hoje já é meio de setembro, ou seja já vamos com mais de metade de um ano passado! Grrggggrrr... 
O tempo passa num rodopio, a vida é vivida a mil, o tempo ou a falta dele, é assinalado e lembrado todos os dias... Um sufoco! 
Pergunto-me, será que alguma vez vou voltar ao tempos idos, em que sentia as horas a passarem devagar? Quanta saudade! 

domingo, 7 de setembro de 2014

"Hapiness is live in a sky full of stars"

O céu está praticamente sempre estrelado, ou pelos menos todos nós sabemos que elas lá estão, e sempre a brilhar, mesmo que este brilho não chegue a nós!
Infelizmente, nós é que nem sempre as vemos. É preciso por vezes um certo abanão, um novo despertar, um novo renascer para nos voltarmos a deixar encantar pelo brilho de um céu estrelado!
Feche os olhos, dirija o seu olhar para o céu, abra os olhos, deixe-se encantar e principalmente seja feliz! 

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Profissões com privilégios!

Existe nesta nossa sociedade o triste hábito de atacar grupos profissionais, ditos privilegiados, pelo simples facto de ser socialmente aceite que esses senhores são de facto uns privilegiados e muito bem pagos!
Pertenço a uma dessas classes, que julguei ser até agora a mais mediaticamente e quase a ritmo diário, atacada. Sim, refiro-me aos médicos! Já me cansei de tentar explicar ou fazer ver o contrário, ou melhor, mostrar o nosso verdadeiro lugar na sociedade!
Bem, mas afinal, existem outros grupos profissionais (além dos políticos) atacados, assim, gratuitamente na praça pública... Refiro-me aos ditos pilotos de voos comerciais. 
Simplesmente não me apetece falar da situação da TAP (para mim que de fora olho, parece-me uma tentativa de arrasar uma empresa, de modo puramente sensacionalista numa altura em que se volta a falar da privatização), nem tão pouco vou discutir a dita greve convocada ou os seus motivos (quem me conhece, sabe que eu por uma questão de princípio sou anti-greve)...
Agora usar tudo isto, para atacar uma classe, só porque serão um bando de "príncipes", privilegiados e bem pagos!?!? 
Não sei, nem tão pouco quero saber dos privilégios e ordenados dos Senhores pilotos! Mas será algum privilégio acordar de madrugada, voar o dia tudo, dormir fora de casa e passar horas longe da família e amigos? Será algum privilégio estar fechado  horas e horas, dentro de um cubículo?
Cada grupo profissional deve ser pago conforme o seu grau de diferenciação e responsabilidade na tomada de decisões! Não esquecendo as necessárias contrapartidas por sacrifícios pedidos!
Não vi a classe dos senhores professores, que mais uma vez tão mal se portaram no dia da dita prova de avaliação, ser tão publicamente mal tratada como as duas classes que atrás referi... 
Será que nesta situação tudo se resume ao número que cada um de nós recebe no final do mês?Se ganharmos muito somos uns sacanas de uns privilegiados, se ganharmos pouco somos os maiores?!?

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Do inédito ao banal....

Nos últimos tempos temos assistido ao inédito tornar-se banal e banalizado! Refiro-me claramente ao forte NÃO, que o nosso Primeiro Ministro disse banqueiro do regime, e tudo que desde então se desenrolou.
E hoje, digo com muito orgulho, que gosto de ver o que se tem visto. O país está a andar, avançar, modernizar-se. Lugar liberal este, onde ninguém terá a salva-guarda de ninguém! 
E eu, que neo-liberal me confesso, estou feliz! Porque o liberalismo é isto mesmo, a completa independência do homem do estado. Para o bem e para o mal. Para ricos e obviamente que também para pobres.
Confesso apenas a muita estranheza do quase silêncio sepulcral relativamente a este tema!
Contudo, nesta nossa "sociedade do 25 de abril", ainda é urgente ver ocorrer uma mudança de mentalidades, que infelizmente ainda não vi acontecer de forma convicta na nossa nação. Portugal é infelizmente ainda um lugar de proteccionismo social ao dito "coitadinho", lugar onde a falha e erro do dito "coitadinho" é sempre desculpável. Lugar onde os restantes seres pensantes são obrigados e incutidos a proteger e ajudar o dito "coitadinho", simplesmente por ser isso mesmo "coitadinho"...
Mas, ao contrário de antes, hoje acredito e tenho esperança, que de passo a passo se vai percorrendo um caminho....

terça-feira, 8 de julho de 2014

Keep breathing....

Descobri graças à aplicação Shazam, e numa rádio que raramente ouço, mesmo por simples acaso,  uma cantora americana que me surpreendeu, quer pelas músicas em si, melodia e voz, quer pela grandeza dos poemas que canta.
Deixo-vos um em especial... Leiam, sintam e interiorizem.... O mundo pode estar todo a desmoronar-se à nossa volta, mas de repente vemos que ainda respiramos e depois temos dois caminhos a seguir.. Continuar apenas a respirar, ou procurar reagir além de respirar...
Fica também o link para a música... Aproveitem! 

"Keep breathing" - Ingrid Michaelson 

"The storm is coming but I don't mind
People are dying, I close my blinds

All that I know is I'm breathing now

I want to change the world
Instead I sleep
I want to believe in more than you and me

But all that I know is I'm breathing
All I can do is keep breathing
All we can do is keep breathing now

All that I know is I'm breathing
All I can do is keep breathing.
All we can do is keep breathing 

All we can do is keep breathing
All we can do is keep breathing
All we can do is keep breathing
All we can do is keep breathing
All we can do is keep breathing now"



sábado, 28 de junho de 2014

Deverá haver "código do que vestir e não vestir" nas faculdades portuguesas?

Na passada 4feira estive a vigiar mais uma gincana prática de anatomia. Para quem não sabe, uma gincana de anatomia é um verdadeira gincana, em que os alunos vão caminhando de peça anatómica para peça anatómica, identificando diferentes estruturas.
Neste exame estiveram presentes poucos estudantes, mesmo muito poucos! Tão poucos cuja probabilidade de cada um poder copiar era muito pequena. Pelo que dei por mim, no meu máximo sentido crítico, a comparar as roupas que os nossos estudantes usam, com aquilo que vi os americanos e os ingleses usarem... 
São todos jovens, partilham gostos, pensamentos, sonhos, independentemente da pátria à qual cada um pertence! Mas claramente não cumprem o mesmo código de "como me devo vestir quando vou para a faculdade".
Do um milhão de regras e documentos que tive que assinar antes de começar o meu estágio na Mayo Clinic, não me lembro de me ser apresentado nenhum código de como me vestir, pois era algo intrínseco no sistema! Nunca vi um estudante americano ou inglês senão de roupa clássica.
Não julgo ser necessário chegar a este extremo, mas confesso que me choca ver estudantes a realizarem exames práticos de anatomia de calções!
Sei que vou ser apelidada de todos esses nomes feios, em que o mais bonito será retrógrada! Mas o que vestimos é a nossa marca, e por fim exemplo de respeito que temos para com o outro!
Valha-nos ao menos as semanas de praxes e o uso quase colectivo do traje académico!
Mas já agora, deverá  haver "código do que vestir e não vestir" nas faculdades portuguesas?
Na minha retrógrada opinião, claramente sim, e sem qualquer dúvida!

quarta-feira, 11 de junho de 2014

A eterna busca da perfeição na imperfeição...

Toda a minha vida procurei o sentido da perfeição! E de repente, da mesma forma como cabelos brancos foram surgindo, comecei a ter a certeza que a maior aprendizagem da vida advém de todos os momentos vividos de imperfeição.

Longe de mim dizer, que tudo deve ser imperfeito... Sou demasiado perfecionista para acreditar ou defender semelhante disparate. A minha busca pela mais perfeita das perfeições continua... Apenas aprendi a vivenciar de outra maneira toda a imperfeição... Sempre atenta, e com o mais aguçado dos sentidos críticos.

Não existem locais perfeitos, nem soluções perfeitas. Devemos viver muitas experiências, boas e más, aprender com todas elas, mantendo um sentido crítico apurado, e depois, no fim construir a nossa própria solução perfeita. Criar a nossa própria perfeição!



domingo, 8 de junho de 2014

Viver! Viver para agir! Viver para construir! Viver para ser!

Bom dia! Bom domingo! E energia para a semana que aí vem....
É quase 2feira.... Que bom! Parece uma antítese, eu sei... Mas eu sou assim, alegro-me por encontrar sempre uma segunda-feira ao fim de cada domingo! 

Sai! Vive! Respira! E aproveita a vida! Sem medo e sem olhar para trás....

Sonha! Age! Luta! Afirma! Discorda! Constrói! Acredita! Acredita em ti! Acredita nos outros!

Viver! Viver para agir! Viver para construir! Viver para ser! 

Porque no fim, a vida são só dois dias, e este está quase a chegar ao fim....
E nada melhor que aquele sentimento de dever cumprido, e sorrir, porque tudo fizemos!







domingo, 1 de junho de 2014

O balaço de uma noite de eleições europeias...

Não pensem, principalmente aqueles que comigo não partilham ideologias políticas, que vou falar da noite nacional das eleições europeias... Podia, mas já tanto foi dito sobre isso, que simplesmente não me apetece!
Vou falar, da visão europeia....E na perspectiva europeia, o resultado da noite foi verdadeiramente aterrador!
A minha grande apreensão vem dos resultados por essa Europa fora, com eleição de frentes radicais e por sua vez, seus representantes como euro-deputados! Pois é, a abstenção tem um preço, e um preço pesado, porque quando nos recusamos a tomar partido e participar, temos que nos contentar com as escolhas que os outros tomam por nós.....
O próximo parlamento europeu, vai ter como seus representantes,um grupo de euro-deputados (que se poderão simplesmente organizar e apresentar um candidato adversário ao Junker), cujo simples objectivo é arrasar com tudo aquilo que a União Europeia representa! 
Aquele grupo de Senhores ( Konrad Adenauer, Sicco Mansholt, Joseph Bech, Jean Monet, Jonhan Beyen, Robert Schuman, Wiston Churchill, Paul-Henri Spaak, Alcide De Gaspeti, Altiero Spinelli, Walter Hallstein) que fundaram a união europeia, numa era em que a Europa havia sido destruída pela sangrenta II Grande Guerra, tinham como principal objectivo criar uma Europa em paz, unida e próspera!
Os próximos tempos serão difíceis, e para situações dramáticas, medidas drásticas têm que ser a resposta. Que interessam as políticas de esquerda e de direita, quando vemos uma instituição como o parlamento europeu ser tomada por radicais extremistas, alguns com ligações aos nazis?!? Só vejo um caminho, que todos aqueles que ainda acreditam nos ideias que aqui nos trouxeram se organizem e se unam, e ponham de lado as suas famílias políticas, e trabalhem juntos por uma união e reforma estrutural que permita uma democratização da Europa, com consequente aproximação aos diferentes cidadãos europeus... E mesmo que isto venha com o custo de eleger alguém diferente do Junker, como presidente do parlamento europeu.
Ou isto, ou o nosso futuro poderá tornar-se bem diferente daquele que foi sonhado!  

quinta-feira, 29 de maio de 2014

"E as 25 mulheres mais poderosas do mundo são...."

Que a revista Forbes gosta de fazer listas "dos mais..." relativamente a praticamente tudo, não é novidade para ninguém... E também não deverá espantar ninguém que Angela Merckel seja eleita mais uma vez a mulher mais poderosa do mundo, pois amando-se ou odiando-se a Senhora, a verdade é que ela esteve presente na tomada de decisão de políticas que marcaram o panorama internacional dos últimos tempos!
Mas o que inevitavelmente me consome as "entranhas" é o último parágrafo do artigo publicado no Jornal "Público" sobre a dita lista, que passo a citar, "De acordo com a Forbes, cerca de 5% das empresas têm mulheres no cargo de presidentes executivas e pelo menos catorze ocupam actualmente o cargo de chefes de Estado. ".
Estou longe de ser feminista. Mas acredito acima de tudo no direito à igualdade, nomeadamente no direito à igualdade de oportunidades, independentemente do género! A individualidade natural e bela que existe no ser mulher e no ser homem, não pode ser apanágio de diferentes oportunidades, simplesmente justificadas com a diferença no género.
Acredito na naturalidade com que  identificamos as diferenças individuais entre o género feminino e o género masculino.  Mas também quero ver essa naturalidade aplicada a quando da tomada de opções e escolhas. E que estas sejam baseadas na qualidade inerente a cada indivíduo, independentemente do seu género.
Simplesmente por isto, sou contra as ditas "cotas" e me recuso a festejar o dito "dia da mulher"...
Já caminhamos muito no sentido da igualdade de oportunidades, pelo menos no dito mundo ocidental moderno e desenvolvido. Mas ainda aguardo pacientemente pelo dia em que estes números se igualem, e que finalmente deixe de ser noticia o facto de uma mulher ser chefe de estado ou CEO.
Ai o longo caminho que ainda temos para andar...... 





domingo, 27 de abril de 2014

R.I.P.

Há pessoas que são assim... Grandes... E o são na sua enorme simplicidade e de uma forma grandiosamente natural... E esse ser grande, que nos comove, ficará sempre espelhado na grandeza da sua obra, que perdurará na infinidade do tempo!
Rest in peace... Grande Vasco Graça Moura!


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Just drive, just drive in, just drive ahead....

Just drive, just drive in, just drive ahead....


Não sei vocês, mas por vezes a minha vida parece passada num contra-relógio, dominado pelos inúmeros e intermináveis prazos, e por aquela sensação de falta de tempo para tudo, inclusive cumprir os ditos prazos! 
São dias de fervilhar de adrenalina no sangue, que me mantém sempre acordada, mesmo que não tenha tempo de recarregar a dose diária de cafeína! E tanta adrenalina vicia, e por mais que eu às vezes  refile da vida, a verdade nua, pura e crua, é que não seria feliz a viver de qualquer outra maneira!
Parar para um "dolce far niente", sim é bom, é refrescante, mas é apenas um abrandar, sempre com o necessário caderno ao lado para apontar novos projectos sonhados!
Viver assim, é bom, correr assim é bom... Porque simplesmente com o tempo passamos apenas a valorizar o essencial, porque simplesmente não temos tempo para o acessório, para o disse que disse, para o banal, para o mesquinho!
Por isso... Just drive, just drive in, just drive ahead... Just move on... Sem parar, apenas abrandando para ver o belo e o essencial... E sempre na procura de novos destinos e novas metas onde chegar...

(Foto de @cpbarros Instragam)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Keep calm and support Ukraine!

Porque eu ainda sou do tempo da antiga União Soviética, da guerra fria, da Alemanha dividida!
Porque eu festejei a queda do muro de Berlim, a dissolução da antiga União Societica, o fim da guerra fria!
Porque felizmente vivi muito depois da II Guerra Mundial, mas infelizmente acompanhei as atrocidades cometidas na guerra dos Balcãs, e foi aqui mesmo ao nosso lado e não assim há tanto tempo!
Por tudo isto... Keep calm and support Ukraine.

terça-feira, 15 de abril de 2014

O Estado Social .... Esse bicho papão.....

Há muito tempo que me apetece dar a minha visão sobre aquilo que acredito que deva ser o Estado Social!
Dentro da social democracia de Sá Carneiro, talvez  dado a vivência desta crise, me tenha aproximado  muito mais do neo-liberalismo econômico e social. Poderá ser simplesmente  puro egoísmo meu, de me ver pagar e continuar a pagar através do pagamento de impostos (porque de facto é assim que tem que ser) e a usufruir muito pouco do dito Estado Social, não porque este não exista (e por favor calem-se as vozes do contra, e olhem para países  desenvolvidos, como os EUA, onde de facto o conceito de estado social é praticamente inexistente, e comparem as nossas regalias fase a um americano), mas porque simplesmente na verdade  usufruo muito pouco dele, talvez por puro snobismo meu!
Acredito sim numa social democracia, justa, equilibrada, longe do conceito de um estado social socialista, que nos deixou onde estamos hoje! E agora que as contas estão praticamente na ordem, não deveríamos todos reflectir para onde vamos e o que queremos? 
De toda esta crise e reformas, só fica a amargura de não ver acontecer uma reforma estrutural e justa, do dito Estado Social ( e atenção que reforma estrutural não significa terminar com ele, significa apenas torná-lo socialmente justo e sustentável!). Mas a culpa e o apontar o dedo não é ao governo, ou somente a este... O apontar o dedo é principalmente à oposição, e ao oportunismo político destes, e o não querer assumir políticas e posições que todos sabemos serem necessárias.
Para todos os que me vão criticar e apontar o dedo, pelos meus pensamentos neo-liberais, deixo só a seguinte questão: se tivermos um pobre com fome junto a um rio cheio de peixes, é melhor dar-lhe o peixe ou ensina-lo a pescar?

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O poder subestimado do silêncio!

O silêncio tem um poder que é muitas vezes subestimado! E nada melhor que nos remetermos ao silêncio como reposta a uma clara e injusta agressão para deixarmos completamente desfeito aquele que verbalmente nos tenta agredir! 
O debate político nacional tem se tornado nos últimos tempos mais numa troca de ofensas no que numa discussão construtiva de ideias, mesmo respeitando os ideais de cada um dos intervenientes. 
Acho que isto demonstra, e não, não estou a ser partidária, o claro desespero da nossa oposição, pois nunca, nunca acreditaram que seria possível que o programa de assistência de que fomos alvo tivesse o desfecho optimista que estamos a ter. 
E dentro desta oposição, ainda temos aquela oposição demagógica, daqueles que são e serão sempre do contra, daqueles que verbalizam decisões e opções impensáveis (simplesmente porque lá no fundo sabem que nunca terão que governar a nação). E quando verificam que isto já não resulta passam ao direto e gratuito insulto!
Todos nos recordamos, ou não, do triste episódio na Assembleia da República, onde o nosso Primeiro Ministro, tomou a sábia posição de responder com silêncio ao insulto verbal e gratuito de uma senhora deputada do Bloco Esquerda. 
Pena apenas que a senhora deputada em questão não conhecesse a fala de Dalai Lama! Talvez também assim se tivesse remetido ao silêncio, ao invés de continuar a gritar! Talvez assim o triste episódio passa-se rápido! 
É verdade, debate democrático não é, nem pode ser o silêncio, mas claramente também não é, nem pode ser o insulto! E perante este ultimo a melhor decisão será sempre o silêncio!
Por isso meus caros, perante um qualquer e injusto insulto, respirem fundo e remetam-se ao silêncio! Não tem como correr mal!

terça-feira, 1 de abril de 2014

"I have me, myself and I"

Não. Não é verdade, é mesmo mentira do dia 1 de Abril.....
Porque nesta vida para além de nós, nós mesmos e nós novamente, existem uma série de pessoas que se vão  cruzando no nosso caminho, e nos vão enriquecendo a vida, porque com todos elas podemos e devemos aprender. 
E no fim, restam aquelas pessoas que de tão especiais que são, vão ficando, vão nos fazendo companhia. Pessoas com quem vamos rir, chorar, cair e levantar! Aqueles amigos com quem nós gostamos tanto de rir como de chorar... Aqueles amigos que nos  chamam muitas vezes à razão... Aqueles amigos com quem festejamos as nossas vitórias, aquelas mesmas que não queremos partilhar com mais ninguém....
E logo desde o princípio, a nossa família, os nossos pais, irmãos, avós e demais elementos, que têm aquela capacidade irracional e inexplicável de amor incondicional!
Mesmo procurando o egoísmo "i have me, myself and i", a verdade é que estar assim sozinho é a antítese da condição humana.

domingo, 30 de março de 2014

No fim tudo se resume ao simples!

Passamos o tempo, o dia-a-dia, a tentar complicar, numa árdua tentativa da procura da resolução de um qualquer problema. Mas na realidade, a solução do problema reside exactamente no oposto, e na nossa simples e humilde capacidade de descomplicar.
Existem por exemplo, aqueles géneros de pessoas (atenção não me estou a referir a ninguém em particular, nomeadamente do mundo político), que têm uma predileção natural por fazer largos discursos, e em cada frase usam mais palavras complicadas, que o número total de palavras ditas! E qual  o objectivo? Quem ganha com isto? Ninguém! Simplesmente ninguém! Nem quem fala, nem quem ouve! Será para sempre um discurso que ficará perdido no tempo como um simples resoar de palavras complicadas, sem conteúdo, sem mensagem!
Os seres verdadeiros geniais são aqueles que tem a capacidade de expor de maneira simples o mais complexo dos assuntos! E os verdadeiros solucionadores de problemas, são todos aqueles que dissecando o enigma, o simplificam, e procuram uma resolução simples!
Porque no fim a vida é mesmo assim, simples! Tão simples como a garantia que o mundo gira e o mar todos os dias irá beijar a orla costeira!
Simplifiquemos então! Sempre, todos os dias e em todas as circunstâncias!





terça-feira, 25 de março de 2014

"Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo." Nietzsche

"Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo." Nietzsche


Tem-se falado muito em liberdade, no conceito da liberdade da nação, entre outros. E tudo isto a propósito do festejo dos  40 anos do 25 de Abril.
Já disse isto antes, sempre vivi em liberdade, nasci já alguns anos depois da revolução  dos cravos. É hoje inegável a liberdade que usufruímos, principalmente no que se refere à liberdade de opção, à liberdade que temos na tomada de decisões na nossa vida. Nesta nossa sociedade caótica esta liberdade atinge até, por vezes o errado conceito de libertinagem.
Mas eu questiono, seremos de facto assim uns seres tão livres?
Não, obviamente que não... Na liberdade das nossas escolhas, tomamos muitas vezes a decisão errada, simplesmente porque escolhemos aquilo que vai de encontro ao que o colectivo espera de nós, ao invés de ir a favor daquilo que nós realmente queremos escolher...
Porque o preço da liberdade de escolha, aquela liberdade que nos torna pertencentes apenas a nós mesmo, implica não ter medo de discordar, não ter medo de ser um num milhão, não ter medo de agir a favor daquilo em que acreditamos e não a favor da corrente! Implica não termos medo de sermos nós mesmos! 
Obviamente que tudo vem com um preço, mas a nossa máxima liberdade vale tudo aquilo que tenhamos que pagar por ela!

Fiquem bem!



domingo, 23 de março de 2014

O medo.... E o belo prazer de sair da nossa zona de conforto!

Digo sempre que sou uma pessoa forte e que no limite terei medo de muitas poucas coisas, ou em último, muito raramente deixei de fazer alguma coisa por ter receio de algo! Acreditava nisto piamente...
Até, que no último dia dedicado ao esqui, o medo toldou-me a mente e impediu-me de fazer o que até ali fiz tão bem! De facto, fiquei impressionada como esse sentimento tão forte, chamado medo, que nos consegue bloquear a mente e por sua vez dissocia-la do nosso corpo! Fiquei muito zangada comigo mesma, e então pus-me pensar... Serei eu de facto assim tão forte e tão resistente ao medo?
Olhando para o lado profissional, embora analisando sempre risco/benefício de cada escolha, nunca tive medo de sair da minha zona de conforto, de procurar novos desafios, de procurar ir mais além! E sim, houve sempre aquele frio que se sente, aquela incerteza sobre o que estamos fazer.... Mas esse sentimento,  próximo do medo, nunca me impediu de progredir, de avançar, de procurar mais....  E no fim, vale sempre a pena, porque só saindo dessa nossa zona de conforto é que conseguimos superarmo-nos a nós mesmo, e sentir aquela sensação descrita aproximadamente como um "milhão de borboletas a voar em turbilhão dentro do nosso estômago"!
Mas, e digo como alguma amargura, não posso dizer o mesmo da minha vida pessoal! Até agora, poderia criar mentalmente uma milhão de desculpas,  justificações e conceitos! O medo da incerteza, ou melhor o sentimento enganador do belo prazer da acomodação a uma qualquer situação e sensação, agarra-nos o corpo, e tolda-nos a mente! E assim vamos caminhando amorfos agarrados a situações que muitas vezes não são o que mais nos realiza, o que mais queremos, e principalmente o que mais nos faz feliz! 
Mas infelizmente o tempo não para! É possível partirmos o relógio, pararmos o tempo, e ficarmos à espera de oportunidades.... O relógio até pode estar parado, mas o tempo gira, gira sempre... 
Recentemente saí fora da minha zona de conforto relativamente à minha vida pessoal! Fi-lo num momento de alguma irracionalidade, sem pensar e sempre com a sensação do "frio da barriga" relativamente ao futuro, mas sem nunca ter a mente toldada por essa sensação de medo, e sempre muito feliz! 
Agora resta esperar pelo próximo ano, para sair da minha zona de conforto no esqui!


quinta-feira, 6 de março de 2014

Carta a todos os portuguesas, com alguns recados para os nossos políticos!

Já que estamos numa moda de cartas, aqui vai a minha carta para todos aqueles que sendo portugueses, "vestimos a camisola", e olhamos mais para o geral do que para o nosso próprio umbigo, querendo assim o melhor para o nosso pais!
Agora que estamos praticamente a sair do programa de ajuda externa, discute-se a forma de saída...  Por um lado ouvem-se vozes internas e externas a pedir consenso político, por outro, ainda há uns "velhos do restelo" que nunca acreditaram que conseguíssemos chegar até aqui, e então vão gritando que ainda falta muita austeridade, e que apesar de tudo o que foi feito, ficaram por fazer as ditas reformas estruturais... Sendo duas formas diferentes de olhar para o problema, ambas tocam num ponto essencial, faltam de facto reformas estruturais, mas para que estas ocorram é necessário o tão falado consenso político! Sem isso nada feito!
Vivemos numa democracia, e embora eu tenha um certo pensamento político, que me faz votar sempre num mesmo partido, é óbvio que vamos sempre ter alternância de poder, entre os ditos dois partidos com maior representação parlamentar. E muito embora partidária, ainda bem que assim é, e principalmente que as caras vão mudando!
Estamos num momento de mudança, e eu acredito que a seguir a momentos duros, do gênero daqueles que passamos, surgem as melhores oportunidades de mudança... E esta tem que acontecer agora. A história portuguesa já nos ensinou que fomos vivendo em ciclos de crise e períodos de abundância. Mas chegou a hora de partirmos esses ciclos e vivermos com ponderação. Mas para que isto aconteça, são necessárias as reformas estruturais no Estado, no Conceito de Estado, e principalmente na relação do Estado com o cidadão. E toda a reforma, poderia começar com uma revisão da nossa Constituição, escrita numa altura pós-revolução.
Para que isto aconteça é necessário que todas as forças políticas se sentem , e invés de fazerem campanha política, tomem medidas, debatam e aproveitem o que cada uma tem de melhor. A crise governativa do último verão mostrou-nos isso mesmo, que é possível as pessoas entenderem-se e saírem mais fortes desse entendimento! Pena é que a nossa oposição se preocupe mais em vencer eleições do que propriamente  com o futuro do nosso pais!
Mas também é preciso, que os portugueses percebam o porquê destas medidas e reformas, e principalmente deixem de olhar para o próprio umbigo e compreendam estas medidas com a visão global necessária! E sim, é verdade, muitos dos frutos da mudança só serão colhidos pelas próximas gerações... Mas não temos nós a obrigação de trabalhar para elas?
Aguardemos para ver o que o futuro nos espera.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Por o "preto no branco" e os "pontos nos is"

Estou numa fase de poesia... Logo eu que prefiro de longe a prosa à poesia, por ser muito mais clara e objectiva. A poesia deixa-nos sempre no limbo de um milhão de interpretações possíveis, onde no final o conceito absorvido virá de um somatório ( em que o final será sempre superior ao somatório das diferentes partes) de parcelas constituídas pelo texto em si, pelas vivências do autor, e pelas vivências do leitor.
Gosto particularmente deste poema de Pablo Neruda:

"Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is"
a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!"

Adoro este poema, leio-o e absorvo-o como uma espécie de profecia para uma vida mais intensa e feliz! Acho que todos os dias tento viver assim, mais intensamente, procurando sempre conhecer mais, aprender mais, surpreender-me mais... Mas há uma frase que não concordo, não concordo nada com o poeta! "Morre lentamente quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is"... Talvez esta minha enorme discordância advenha do simples facto de ser minha máxima de vida fazer neste aspecto exatamente o oposto! Não sei se estou certa, se estou errada, se viver num mar de paixões e sentimentos incertos, será a forma mais intensa de viver a vida. Mas por outro lado, se formos acima de tudo práticos e pragmáticos, se não nos enganarmos a nós próprios e aos outros, pondo esses "pontos nos is", não sobrará mais tempo mental para todas as outras coisas que podemos fazer na vida e que o autor tão bem descreve no poema? Sinceramente, não sei! Um enigma por resolver!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Pequenas vitórias!


Hoje assisti a uma situação numa simples caminhada à beira-mar, que nunca pensei ver… Pelo menos aqui, neste pacato país à beira mar plantado.
De repetente numas rochas junto à praia, dois rapazes (não consegui perceber a idade, não sei se miúdos, adolescentes, jovens, não sei…), elevavam uma simples bandeira azul, como se marcassem aquele território como deles. E depois de a bandeira hasteada começaram a festejar a sua pequena vitória…
Achei um episódio engraçado, diferente, e até captei o momento…
Mas deixou-me a pensar, que vitória estariam a festejar? Sim, de facto alguma insanidade para se colocarem a caminhar entre rochas num mar de inverno, mas o trajecto era relativamente curto, e a escalada também não foi necessariamente custosa… Por isso, voltei a pensar, que acontecimento de vida estariam a festejar?  Não sei! Não sei a história, mas sei que a partir deste episódio poderiam surgir uma série de contos!
Mas esta imagem levou-me a pensar, naquelas pequenas vitórias que vão acontecendo na nossa vida. Cada dia que passa, é um trajecto, um percurso que vamos desenhando. No decorrer deste percurso vamos encontrando pessoas, vamos encontrando projectos, vamos encontrando desafios. Com alguns vamos perder tempo, energia, gastar forças, e no fim vamo-nos sentir perdidos, e pôr-nos a pensar em porque não escolhemos outra direcção… Com outros vamos ter as nossas pequenas vitórias, que muitas vezes desvalorizamos e nos esquecemos de festejar, e principalmente de partilhar com os outros… Esses outros que muitas vezes caminham invisíveis ao nosso lado, e nos guiam também muitas vezes o caminho.
Que piada teria a vida sem os seus tropeços? Aprendemos com eles a nos levantarmos, a curarmos a dor da queda… O mais importante é não fecharmos os olhos às nossas pequenas vitórias, e principalmente alegramo-nos com elas, e festejarmos com os outros.

Até breve.


sábado, 15 de fevereiro de 2014

A Genialidade de Fernando Pessoa!


Existem e existiram neste mundo pessoas verdadeiramente geniais, que pela obra que nos deixaram nos enriquecem os dias e a alma!
O nosso Fernando Pessoa foi um desses génios! Gosto particularmente da sua poesia assinada como Alberto Caeiro! Este heterónimo de Fernando Pessoa, nascido camponês, representa a meu ver o lado mais intelectual do autor (acho que se escrevesse isto num qualquer exame de português levaria automaticamente um enorme risco a vermelho!)… Mas leiam a obra, e digam se não concordam comigo… Na poesia de Alberto Caeiro está estampado um enorme despego de tudo aquilo que é mundano, de tudo aquilo que é intelectual, de tudo aquilo que é a arte de pensar!  A meu ver, só aqueles que viveram toda a intelectualidade do ser, no seu máximo extremo, é que um dia poderão chegar a este máximo despego!
Adoro devorar toda a obra de Alberto Caeiro, mas deixo-vos o meu poema preferido dele…

"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento…
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural…
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, com quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva…

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica…
Assim é e assim seja…"

Até breve...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Praxes... O balanço entre liberdade e libertinagem....

Tendo como ponto de partida as declarações que uma jornalista fez ontem num debate sobre praxes em horário nobre num canal de televisão, vou hoje falar sobre liberdade e libertinagem. Sim, é verdade, são dois conceitos que embora possam parecer ser semelhantes, são na realidade bastantes diferentes e antagónicos!
Assim, por liberdade compreende-se o direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem. E por seu lado por libertinagem compreende-se o uso da liberdade, sem o uso do bom senso, ou seja, poder proceder-se conforme nos pareça, independentemente do direito de outrem!
Nasci na liberdade, e sempre vivi em liberdade, por isso teria grande dificuldade em reflectir viver de uma outra maneira que não em liberdade. Mas isto não me impede de acreditar que para a correta vivência na sociedade tenham que existir regras de convivência, sendo que estas devem  assentar  para além de princípios morais e de formação, na existência de uma hierarquia. Não se assustem por favor, e não confundam a existência de hierarquia com ditadura, pois são também conceitos muito diferentes!
Pode existir hierarquia e haver na mesma liberdade, tudo depende do respeito mútuo entre os diferentes intervenientes, e aqui volto a cair no conceito de educação, formação, comunhão de princípios e valores. Não acredito numa outra organização de sociedade, sem ser esta baseada numa comunhão de valores, que por sua vez permitirá uma formação sólida de uma personalidade individual e colectiva. E tudo isto começa logo no início, ou seja, no ambiente familiar, também este baseado numa hierarquia e numa saudável convivência entre pessoas!
Sou claramente a favor das praxes, das queimas das fitas e todas as tradições académicas! Mas também aqui, devem existir valores e princípios, que permitam a não existência de abusos na pirâmide da hierarquia! E principalmente, quem é praxado, deve trazer de bagagem uma sólida formação e personalidade, que lhe permita separar o trigo do joio!
Não sei se as praxes, e limites das praxes, deveriam ou não passar a estar presentes nos estatutos das faculdades, universidades, mas claramente acredito que este não deva ser um assunto de estado, e discutido e re-discutido em reuniões no Ministério da Educação! E mais uma vez, práticas de crime, resolvem-se em tribunais e não em discussões filosóficas que não levam a lado nenhum!
Sinceramente, os abusos das praxes e outros abusos praticados nesta nossa sociedade, baseiam-se numa prática colectiva de libertinagem, sendo esta praticada em nome de um falso conceito de liberdade! Tudo se resume a uma necessidade urgente de mudança de mentalidades, através de uma formação individual e colectiva baseada em princípios e valores morais! De outra forma, podemos discutir e re-discutir o assunto vezes sem conta, podemos até legislar a matéria, mas o verdadeiro cerne da questão, estará sempre presente e sem qualquer solução!
Tive a sorte de ter uma praxe, que serviu para nos integrar a todos os caloiros no novo ambiente, que era a faculdade! Praxe esta na qual não houve qualquer abuso! Tenho saudades desses tempos, confesso! 
Relativamente ao caso que trouxe à praça pública a discussão da temática, para além de lamentar muito as vidas perdidas, deixo só uma questão para por a todos pensar - que culpa tem a instituição faculdade/universidade em actos praticados fora da instituição, fora do horário da instituição e onde todos intervenientes participaram de livre vontade, e com conhecimento dos pais?

Até breve....

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Anda tudo tolo......

Há dias assim, em que acho que tudo à minha volta anda louco... E depois fico a reflectir no meu sub-consciente, questionando senão serei eu de facto a estar louca ao invés de ser o resto do mundo...
E é nestes momentos que vem o arrependimento de não ter ficado lá por fora, e renasce aquela insana e incontrolável vontade e fugir daqui para fora... simplesmente por achar que não posso ser deste mundo!
O meu pragmatismo, que na maioria das vezes julgo ser um enorme aliado, pela simples capacidade de me por a resolver rapidamente os problemas que vão surgindo, choca muito nestes momentos, em que vejo o resto do mundo a deixar-se navegar na maré, a perder tempo, a queixar-se de tudo e de todos aos invés de procurar agir.
Chateia-me, irrita-me mesmo profundamente estas atitudes, de auto-bloqueio, e que em último levam as coisas a demorar realmente muito tempo a acontecer. Mas irrita-me mais a atitude daqueles que preferem gastar o pouco tempo de vida, em discussões e queixumes que não levam a lado nenhum ao invés de procurarem agir.

Até breve...

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Ter ou não ter vida própria, eis a questão....

Ter ou não vida própria é uma frase que ouço com alguma frequência, e muitas vezes não percebo! Tenho nos últimos tempos falado muito em preconceito e este é mais um preconceito que a maioria das pessoas têm relativamente às pessoas que trabalham muito!
Adoro o que faço, e nada me satisfaz mais do que tudo aquilo que  faço, e quem bem me conhece, sabe a dedicação que dou a cada projecto no qual me envolvo.
Mas, depois tenho dias como o de ontem, em que saio de manhã cedo, tenho uma jornada de trabalho, que à 2feira incluiu consulta e bloco de pequena cirurgia, e chego a casa perto das 23 horas, porque há um novo semestre aí a começar e tudo para preparar... E a semana continuará num rodopio de actividades, com uma urgência de 24horas pelo meio, e muita actividade (sim, de trabalho), extra-horário normal para realizar... Não esquecendo este blogue, que prometi a mim mesma ir fazendo crescer.
Recentemente perguntaram-me se esta minha escolha de vida era um vício ou um escape... Respondi e digo, claramente um vício... Confesso que não saberia ser feliz a viver de outra maneira, sem este rodopio de coisas para fazer... É toda uma adrenalina a fervilhar no sangue...
Mas obviamente que isto não nos impede (a pessoas como eu) de ter vida própria, de nos dedicarmos aos outros, e principalmente de termos actividade escape de momentos de tanto stress...
Por exemplo, na correria da terrível 2feira, entre hospital e reunião de faculdade, ainda consegui arranjar um tempinho para me dedicar a preparar a prenda de aniversário que eu e os meus amigos iremos oferecer a uma grande amiga nossa... Sim, porque nestes tempos de consumismo, acho que o marcar da diferença está nos pequenos gestos e nas coisas simples da vida, que farão as pessoas mais felizes, dai que adoro  personalizar prendas que ofereço!
O segredo para tudo isto está numa máxima organização das actividades complementado com uma gestão criteriosa do tempo , e principalmente no planificar da agenda, para não cometer a loucura de agendar actividades para a mesma hora (confesso também que colocar muitos lembretes no telemóvel ajuda bastante).... 
Mas o maior dos segredos é gostar-se realmente muito, muito mesmo daquilo que se faz! E eu sinto-me uma privilegiada nesta sociedade por pertencer a este grupo maravilhoso de pessoas que gostamos muito , realmente muito, daquilo que fazemos! 

Até breve...

sábado, 18 de janeiro de 2014

Adopção e co-adopção por casais homossexuais...

Num país de brando costumes como o nosso, existem temas que preferimos não discutir, simplesmente não falar. Mas a ausência de debate não impede que o problema aí esteja...
A questão da adopção e co-adopção por casais homossexuais deve ser um debate aberto na sociedade e não uma questão política ou de cor partidária. Eu própria há uns anos tinha uma opinião ( talvez preconceituosa) e neste momento, se o referendo for mesmo à frente vou votar sim.
Infelizmente não consegui acompanhar o debate da assembleia, e nas notícias, pelo menos do que vi, só se falou na votação em si e das guerras em torno da votação (já para não dizer que os telejornais optaram por dedicar mais tempo ao granizo que pintou a capital de branco)!
Acho sinceramente que foi um triste dia na Assembleia da República, aproveitado pelos órgãos de comunicação social para fazer politiquice mais do que uma discussão política séria.
Concordando ou não com a proposta, acho que a JSD esteve bem em trazer o assunto a debate, pena que se tenha perdido a oportunidade da realização de fazer um debate sério.
A esquerda votou contra em peso, porque por ser uma medida de bandeira de campanha, não queriam o referendo. Claro, excepto uns deputados do PS que se abstiveram, não porque concordam ou não com o referendo, mas simplesmente porque não concordam com a adopção ou co-adopção.
No lado da direita, o CDS-PP, também se absteve,porque mesmo não concordando, não quiseram votar contra uma medida do partido da coligação. O PSD esteve mal, muito mal a pedir a disciplina de voto.
Sendo uma questão que transcende orientação políticas, o rumo do debate não deveria ter sido este (muito embora alguns jornalista ainda tenham questionado se a coligação não estava mais fraca...vá se lá saber porque ?!?)...
Relativamente às associações homossexuais que se manifestaram na Assembleia da República, acho que estiveram mal, muito mal... Não é preferível um referendo a nada?!?
Ao contrário das declarações de uma deputada do PS, não acho que houve falta de democracia, o que existiu foi a vontade de ser politicamente correcto, quando de facto não havia necessidade.
Louvável mesmo a posição de Teresa Leal Cardoso, bem como outros deputados do PSD, como Miguel Fransquilho, Monica Ferro, Luis Menezes, Francisca Almeida, Carina Oliveira, e da deputada do CDS-PP, Teresa Caeiro, que mesmo respeitando a disciplina de voto, não se calaram.
Em relação à co-adopção acho ser uma questão de direito, que deve ser votada em Assembleia da República, não fazendo qualquer sentido referenciar o assunto. Relativamente à adopção em si, talvez faça algum sentido recorrer ao referendo,na minha modesta opinião, claro.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Pena de morte....

Hoje poderia (e apetecia-me) falar de vários assuntos...
Poderia falar do dito referendo da co-adopção, mas terá que ficar para depois, pois mesmo revendo as notícias acerca desta temática, ainda não me consegui inteirar da dimensão do problema, que por aquilo que já vi, houve mais guerrilha política que a discussão propriamente da questão....
Poderia falar do quanto fiquei chocada por um estudante do 6 ano de medicina, ter ficado muito pouco à vontade por estar na consulta com um doente HIV... Sim, descansem que dei o sermão da praxe ( e talvez bem maior que aquele que dou aos meus estudantes de anatomia, quando se esquecem de estudar e preparar a aula prática, e todos conhecem o meu enorme mau feitio!)...
Com estas duas temáticas, e amanhã espero escrever sobre a primeira, só consigo dizer, que sociedade tão preconceituosa a nossa, que educa a sua juventude de forma terrivelmente preconceituosa, ao ponto de colocar o preconceito à frente da evidência científica!
Mas vou escrever sobre a pena de morte, simplesmente porque acabei de ver uma notícia onde um homem nos EUA, foi executado com uma injecção letal, tendo morrido em extrema dificuldade respiratória...
Sou pró-vida, e embora isto seja uma bandeira de luta da dita direita nacional, sou pro-vida por princípio (e isto não, não é preconceito)... Manifestei-me na altura do referendo contra o aborto (e já agora aproveito para felicitar a proposta de revisão da lei do aborto em Espanha), sou contra a eutanasia (cuja temática espero que não venha a ser discutida ou referenciada no nosso País) e sou igualmente contra a pena de morte. E não percebo como esta ainda é aplicável em países democráticos como os EUA.
Mas acima de tudo, acho desumano, o que aconteceu no estado do Ohio nos EUA... O Estabelecimento prisional não possuía os fármacos habitualmente utilizados para realização da injeção letal, uma vez que as Empresas farmacêuticas não americanas se recusam fornecer esses fármacos para a prática da pena de morte (louvável, digo já). Assim sendo, resolveram recorrer ao uso de novos fármacos (midazolam e um derivado da morfina, fármacos habitualmente utilizados na anestesia), e o condenado à morte esteve a ofegar durante cerca de 25 minutos!!! Não sei se sofreu ou não, pois sinceramente espero que a retenção de CO2  lhe tenha toldado a consciência, mas o acontecimento ficará certamente marcado para sempre na memória daqueles que assistiram, principalmente os filhos do condenado!
Se a simples pena de morte é para mim um acto injustificável, mesmo perante o crime mais hediondo, executar a pena de morte de uma forma tão selvagem, deverá ser  considerado uma séria e grave violação dos direitos do homem, e inaceitável que um país que se diz evoluído, democrático, permita que estas situações ocorram!
Deixo finalmente um link, para quem quiser ler a notícia ao promenor...
http://www.foxnews.com/us/2014/01/17/family-ohio-death-row-inmate-executed-with-new-drug-plan-lawsuit-after/ 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O Ser e o Parecer Ser!

Sempre acreditei que aquelas pessoas que nós achamos realmente fabulosas a fazer seja o que for, desde professores, cientistas, corredores, apresentadores, atores, escritores, médicos, enfermeiros, advogados, arquitetos, políticos até, fossem realmente bons! Ou seja, que essas pessoas que todos achamos extraordinárias, o são de facto.
Mas quanto mais cresço, quanto mais envelheço, vejo que não. E atenção, não por culpa dessas pessoas que todos achamos fabulosas, não... A culpa é de toda a nossa sociedade onde mais importante que ser é parecer ser.
Ou seja, para sermos bons em alguma coisa, não temos realmente que ser (e no fundo até podemos ser), temos é que vender a nossa imagem aos outros que de facto somos bons. Tal e qual como os agentes de markting fazem para vender um qualquer produto, ou seja, temos que nos autopromover.
Nada disto teria qualquer problema, se a sociedade procurasse ser um pouco mais crítica em relação a toda a informação que lhe é exposta. Porque não passarmos a exigir ao parecer ser, provas de trabalho demonstrado?
Porque não... Simplesmente porque vivemos hoje na era do facilitismo (dá trabalho pedir provas, ou ir investigar seja o que for)... Simplesmente porque vivemos hoje na era em a que imagem é o mais importante de todos os critérios...
Isto trás consigo perigos atrozes, simplesmente porque corremos o risco de privilegiar um menos capaz só porque parece muito capaz, sobre outro com grande capacidade.
Está na altura de procuramos ver além da imagem (já para não dizer além do preconceito...) e procurar julgar para além do parecer ser, e principalmente procurar dar valor, ou pelo menos oportunidades aqueles que são, sem o parecerem ser...

Complicado, não?