Digo sempre que sou uma pessoa forte e que no limite terei medo de muitas poucas coisas, ou em último, muito raramente deixei de fazer alguma coisa por ter receio de algo! Acreditava nisto piamente...
Até, que no último dia dedicado ao esqui, o medo toldou-me a mente e impediu-me de fazer o que até ali fiz tão bem! De facto, fiquei impressionada como esse sentimento tão forte, chamado medo, que nos consegue bloquear a mente e por sua vez dissocia-la do nosso corpo! Fiquei muito zangada comigo mesma, e então pus-me pensar... Serei eu de facto assim tão forte e tão resistente ao medo?
Olhando para o lado profissional, embora analisando sempre risco/benefício de cada escolha, nunca tive medo de sair da minha zona de conforto, de procurar novos desafios, de procurar ir mais além! E sim, houve sempre aquele frio que se sente, aquela incerteza sobre o que estamos fazer.... Mas esse sentimento, próximo do medo, nunca me impediu de progredir, de avançar, de procurar mais.... E no fim, vale sempre a pena, porque só saindo dessa nossa zona de conforto é que conseguimos superarmo-nos a nós mesmo, e sentir aquela sensação descrita aproximadamente como um "milhão de borboletas a voar em turbilhão dentro do nosso estômago"!
Mas, e digo como alguma amargura, não posso dizer o mesmo da minha vida pessoal! Até agora, poderia criar mentalmente uma milhão de desculpas, justificações e conceitos! O medo da incerteza, ou melhor o sentimento enganador do belo prazer da acomodação a uma qualquer situação e sensação, agarra-nos o corpo, e tolda-nos a mente! E assim vamos caminhando amorfos agarrados a situações que muitas vezes não são o que mais nos realiza, o que mais queremos, e principalmente o que mais nos faz feliz!
Mas infelizmente o tempo não para! É possível partirmos o relógio, pararmos o tempo, e ficarmos à espera de oportunidades.... O relógio até pode estar parado, mas o tempo gira, gira sempre...
Recentemente saí fora da minha zona de conforto relativamente à minha vida pessoal! Fi-lo num momento de alguma irracionalidade, sem pensar e sempre com a sensação do "frio da barriga" relativamente ao futuro, mas sem nunca ter a mente toldada por essa sensação de medo, e sempre muito feliz!
Agora resta esperar pelo próximo ano, para sair da minha zona de conforto no esqui!
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