terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Anda tudo tolo......

Há dias assim, em que acho que tudo à minha volta anda louco... E depois fico a reflectir no meu sub-consciente, questionando senão serei eu de facto a estar louca ao invés de ser o resto do mundo...
E é nestes momentos que vem o arrependimento de não ter ficado lá por fora, e renasce aquela insana e incontrolável vontade e fugir daqui para fora... simplesmente por achar que não posso ser deste mundo!
O meu pragmatismo, que na maioria das vezes julgo ser um enorme aliado, pela simples capacidade de me por a resolver rapidamente os problemas que vão surgindo, choca muito nestes momentos, em que vejo o resto do mundo a deixar-se navegar na maré, a perder tempo, a queixar-se de tudo e de todos aos invés de procurar agir.
Chateia-me, irrita-me mesmo profundamente estas atitudes, de auto-bloqueio, e que em último levam as coisas a demorar realmente muito tempo a acontecer. Mas irrita-me mais a atitude daqueles que preferem gastar o pouco tempo de vida, em discussões e queixumes que não levam a lado nenhum ao invés de procurarem agir.

Até breve...

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Ter ou não ter vida própria, eis a questão....

Ter ou não vida própria é uma frase que ouço com alguma frequência, e muitas vezes não percebo! Tenho nos últimos tempos falado muito em preconceito e este é mais um preconceito que a maioria das pessoas têm relativamente às pessoas que trabalham muito!
Adoro o que faço, e nada me satisfaz mais do que tudo aquilo que  faço, e quem bem me conhece, sabe a dedicação que dou a cada projecto no qual me envolvo.
Mas, depois tenho dias como o de ontem, em que saio de manhã cedo, tenho uma jornada de trabalho, que à 2feira incluiu consulta e bloco de pequena cirurgia, e chego a casa perto das 23 horas, porque há um novo semestre aí a começar e tudo para preparar... E a semana continuará num rodopio de actividades, com uma urgência de 24horas pelo meio, e muita actividade (sim, de trabalho), extra-horário normal para realizar... Não esquecendo este blogue, que prometi a mim mesma ir fazendo crescer.
Recentemente perguntaram-me se esta minha escolha de vida era um vício ou um escape... Respondi e digo, claramente um vício... Confesso que não saberia ser feliz a viver de outra maneira, sem este rodopio de coisas para fazer... É toda uma adrenalina a fervilhar no sangue...
Mas obviamente que isto não nos impede (a pessoas como eu) de ter vida própria, de nos dedicarmos aos outros, e principalmente de termos actividade escape de momentos de tanto stress...
Por exemplo, na correria da terrível 2feira, entre hospital e reunião de faculdade, ainda consegui arranjar um tempinho para me dedicar a preparar a prenda de aniversário que eu e os meus amigos iremos oferecer a uma grande amiga nossa... Sim, porque nestes tempos de consumismo, acho que o marcar da diferença está nos pequenos gestos e nas coisas simples da vida, que farão as pessoas mais felizes, dai que adoro  personalizar prendas que ofereço!
O segredo para tudo isto está numa máxima organização das actividades complementado com uma gestão criteriosa do tempo , e principalmente no planificar da agenda, para não cometer a loucura de agendar actividades para a mesma hora (confesso também que colocar muitos lembretes no telemóvel ajuda bastante).... 
Mas o maior dos segredos é gostar-se realmente muito, muito mesmo daquilo que se faz! E eu sinto-me uma privilegiada nesta sociedade por pertencer a este grupo maravilhoso de pessoas que gostamos muito , realmente muito, daquilo que fazemos! 

Até breve...

sábado, 18 de janeiro de 2014

Adopção e co-adopção por casais homossexuais...

Num país de brando costumes como o nosso, existem temas que preferimos não discutir, simplesmente não falar. Mas a ausência de debate não impede que o problema aí esteja...
A questão da adopção e co-adopção por casais homossexuais deve ser um debate aberto na sociedade e não uma questão política ou de cor partidária. Eu própria há uns anos tinha uma opinião ( talvez preconceituosa) e neste momento, se o referendo for mesmo à frente vou votar sim.
Infelizmente não consegui acompanhar o debate da assembleia, e nas notícias, pelo menos do que vi, só se falou na votação em si e das guerras em torno da votação (já para não dizer que os telejornais optaram por dedicar mais tempo ao granizo que pintou a capital de branco)!
Acho sinceramente que foi um triste dia na Assembleia da República, aproveitado pelos órgãos de comunicação social para fazer politiquice mais do que uma discussão política séria.
Concordando ou não com a proposta, acho que a JSD esteve bem em trazer o assunto a debate, pena que se tenha perdido a oportunidade da realização de fazer um debate sério.
A esquerda votou contra em peso, porque por ser uma medida de bandeira de campanha, não queriam o referendo. Claro, excepto uns deputados do PS que se abstiveram, não porque concordam ou não com o referendo, mas simplesmente porque não concordam com a adopção ou co-adopção.
No lado da direita, o CDS-PP, também se absteve,porque mesmo não concordando, não quiseram votar contra uma medida do partido da coligação. O PSD esteve mal, muito mal a pedir a disciplina de voto.
Sendo uma questão que transcende orientação políticas, o rumo do debate não deveria ter sido este (muito embora alguns jornalista ainda tenham questionado se a coligação não estava mais fraca...vá se lá saber porque ?!?)...
Relativamente às associações homossexuais que se manifestaram na Assembleia da República, acho que estiveram mal, muito mal... Não é preferível um referendo a nada?!?
Ao contrário das declarações de uma deputada do PS, não acho que houve falta de democracia, o que existiu foi a vontade de ser politicamente correcto, quando de facto não havia necessidade.
Louvável mesmo a posição de Teresa Leal Cardoso, bem como outros deputados do PSD, como Miguel Fransquilho, Monica Ferro, Luis Menezes, Francisca Almeida, Carina Oliveira, e da deputada do CDS-PP, Teresa Caeiro, que mesmo respeitando a disciplina de voto, não se calaram.
Em relação à co-adopção acho ser uma questão de direito, que deve ser votada em Assembleia da República, não fazendo qualquer sentido referenciar o assunto. Relativamente à adopção em si, talvez faça algum sentido recorrer ao referendo,na minha modesta opinião, claro.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Pena de morte....

Hoje poderia (e apetecia-me) falar de vários assuntos...
Poderia falar do dito referendo da co-adopção, mas terá que ficar para depois, pois mesmo revendo as notícias acerca desta temática, ainda não me consegui inteirar da dimensão do problema, que por aquilo que já vi, houve mais guerrilha política que a discussão propriamente da questão....
Poderia falar do quanto fiquei chocada por um estudante do 6 ano de medicina, ter ficado muito pouco à vontade por estar na consulta com um doente HIV... Sim, descansem que dei o sermão da praxe ( e talvez bem maior que aquele que dou aos meus estudantes de anatomia, quando se esquecem de estudar e preparar a aula prática, e todos conhecem o meu enorme mau feitio!)...
Com estas duas temáticas, e amanhã espero escrever sobre a primeira, só consigo dizer, que sociedade tão preconceituosa a nossa, que educa a sua juventude de forma terrivelmente preconceituosa, ao ponto de colocar o preconceito à frente da evidência científica!
Mas vou escrever sobre a pena de morte, simplesmente porque acabei de ver uma notícia onde um homem nos EUA, foi executado com uma injecção letal, tendo morrido em extrema dificuldade respiratória...
Sou pró-vida, e embora isto seja uma bandeira de luta da dita direita nacional, sou pro-vida por princípio (e isto não, não é preconceito)... Manifestei-me na altura do referendo contra o aborto (e já agora aproveito para felicitar a proposta de revisão da lei do aborto em Espanha), sou contra a eutanasia (cuja temática espero que não venha a ser discutida ou referenciada no nosso País) e sou igualmente contra a pena de morte. E não percebo como esta ainda é aplicável em países democráticos como os EUA.
Mas acima de tudo, acho desumano, o que aconteceu no estado do Ohio nos EUA... O Estabelecimento prisional não possuía os fármacos habitualmente utilizados para realização da injeção letal, uma vez que as Empresas farmacêuticas não americanas se recusam fornecer esses fármacos para a prática da pena de morte (louvável, digo já). Assim sendo, resolveram recorrer ao uso de novos fármacos (midazolam e um derivado da morfina, fármacos habitualmente utilizados na anestesia), e o condenado à morte esteve a ofegar durante cerca de 25 minutos!!! Não sei se sofreu ou não, pois sinceramente espero que a retenção de CO2  lhe tenha toldado a consciência, mas o acontecimento ficará certamente marcado para sempre na memória daqueles que assistiram, principalmente os filhos do condenado!
Se a simples pena de morte é para mim um acto injustificável, mesmo perante o crime mais hediondo, executar a pena de morte de uma forma tão selvagem, deverá ser  considerado uma séria e grave violação dos direitos do homem, e inaceitável que um país que se diz evoluído, democrático, permita que estas situações ocorram!
Deixo finalmente um link, para quem quiser ler a notícia ao promenor...
http://www.foxnews.com/us/2014/01/17/family-ohio-death-row-inmate-executed-with-new-drug-plan-lawsuit-after/ 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O Ser e o Parecer Ser!

Sempre acreditei que aquelas pessoas que nós achamos realmente fabulosas a fazer seja o que for, desde professores, cientistas, corredores, apresentadores, atores, escritores, médicos, enfermeiros, advogados, arquitetos, políticos até, fossem realmente bons! Ou seja, que essas pessoas que todos achamos extraordinárias, o são de facto.
Mas quanto mais cresço, quanto mais envelheço, vejo que não. E atenção, não por culpa dessas pessoas que todos achamos fabulosas, não... A culpa é de toda a nossa sociedade onde mais importante que ser é parecer ser.
Ou seja, para sermos bons em alguma coisa, não temos realmente que ser (e no fundo até podemos ser), temos é que vender a nossa imagem aos outros que de facto somos bons. Tal e qual como os agentes de markting fazem para vender um qualquer produto, ou seja, temos que nos autopromover.
Nada disto teria qualquer problema, se a sociedade procurasse ser um pouco mais crítica em relação a toda a informação que lhe é exposta. Porque não passarmos a exigir ao parecer ser, provas de trabalho demonstrado?
Porque não... Simplesmente porque vivemos hoje na era do facilitismo (dá trabalho pedir provas, ou ir investigar seja o que for)... Simplesmente porque vivemos hoje na era em a que imagem é o mais importante de todos os critérios...
Isto trás consigo perigos atrozes, simplesmente porque corremos o risco de privilegiar um menos capaz só porque parece muito capaz, sobre outro com grande capacidade.
Está na altura de procuramos ver além da imagem (já para não dizer além do preconceito...) e procurar julgar para além do parecer ser, e principalmente procurar dar valor, ou pelo menos oportunidades aqueles que são, sem o parecerem ser...

Complicado, não?

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Isto sinceramente....

Na passada 2ªFeira, estava eu no elevador do hospital, ainda com um olho fechado de sono, por causa da urgência de domingo, e uma utente olhava para o recibo das taxas moderadoras e dizia repetidamente... “Isto sinceramente, isto sinceramente!!!”.
Sinceramente, digo eu, por não ter tido a oportunidade de ver  e ler o recibo, e poder explicar à Sra. Utente indignada, o valor real dos serviços que lhe estavam a ser cobrados sob a forma de taxa moderado...
Nos últimos tempos tanto se tem falado em Estado Social, em reforma do Estado Social, em cortes na despesa do Estado, ou no aumento do lucro do Estado (com consequente aumentos nos impostos)... Mas não querendo hoje já falar daquilo que para mim deveria ser o Estado Social (e eu, neoliberal me confesso), acho que com a convulsão social que a Crise e a Troika trouxeram à nossa sociedade, torna-se imperativo explicar, especificando mesmo, aos cidadãos qual é o preço real que custa ao estado o serviço prestado, e no final comparar com o valor que é cobrado. A diferença entre o valor que custa ao estado e o valor que o cidadão paga, são os encargos que caem todos dentro do saco do dito Estado Social.
No caso da Saúde, sugiro que copiem os recibos que são entregues aos doentes nos Hospitais Privados, em que tem o valor de cada material gasto ou serviço realizado (valor real), tudo descrito ao pormenor... E depois no fim, colocava-se o valor da taxa moderadora... E poderia ser que assim deixássemos de ouvir os queixumes dos “isto sinceramente....”....
Eu digo, isto sinceramente, é não pagar impostos (ou seja, receber  e não declarar ao estado), é trabalhar, não pagar impostos e ainda receber subsídio de desemprego, é cobrar IVA e não entregar o valor ao estado (daí a importância de se pedir sempre factura) .... É que tudo isto seriam valores que não pesariam no mesmo saco do dito Estado Social, e talvez assim fosse possível oferecer serviços mais baratos aos cidadãos, ou até cobrar menos impostos a todos!
Deixo por fim uma fotografia que me chocou particularmente, apareceu numa reportagem da televisão logo nas primeiras manifestações anti-troika.

Senhores e Senhoras, não podemos exigir ter os mesmos serviços por exemplo dos nossos vizinhos nórdicos, quando depois não queremos cumprir com as nossas obrigações, da forma que eles exaustivamente fazem... Dizem que lá por aquelas terras, um vizinho que descubra que o outro não cumpre com as suas obrigações fiscais denuncia….






sábado, 11 de janeiro de 2014

Crimes de ódio!

Ontem li um artigo no público sobre a perseguição que ainda hoje existe no mundo contra os cristãos (católico e não católicos, pois os dados são de uma associação cristã protestante).
Este artigo tocou-me particularmente por ser católica, e por não imaginar sequer, que em alguns lugares deste mundo ainda pudessem viver católicos como no tempo da Roma Antiga!
Como é possível neste mundo global, onde chegamos a qualquer lado em qualquer momento, onde comunicamos em segundos com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, onde vivemos no mundo da globalização económica, ser possível a existência de situações como aquelas retratadas!
Qualquer crime de ódio, qualquer perseguição simplesmente por se pertencer a uma raça, a uma religião ou partilhar de um pensamento político é algo que me repugna!  Já para não dizer que também acho hediondo, aquelas pequena perseguições "não criminosas" feitas em diferentes níveis da nossa sociedade pelos piores dos motivos: raça, religião, ideologia política, sexo ou orientações sexuais, como se qualquer destes factores definisse fosse quem fosse!
É nestes momentos que a capacidade evolutiva do Homo Sapiens sapiens, descrita como a racionalidade, o leva a actos de pequenez ao nível do animalesco!

E para reflectirem, fica o poema da música de John Lennon...

“Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people living life in peace

You, you may say
I'm a dreamer, but I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people sharing all the world

You, you may say
I'm a dreamer, but I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will live as one”



E por fim a minha homenagem ao homem que foi Ariel Sharon, amado e odiado ao extremo, mas que abriu um caminho para a paz num região onde existem tantos ódios!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Mas que semana!

Embora numa semana pessoalmente menos boa  (mas surpreendida com alguns acasos da vida), chego ao final desta, muito feliz com as notícias nacionais, quer a descida do desemprego, quer o aumento do número de empresas (estas por sua vez gerarão mais emprego), quer o sucesso da emissão da dívida pública. Feliz por sentir que estive certa, quando apoiei todas as medidas impopulares deste governo... Com o que vemos hoje acontecer, está provado que de facto aquele era o caminho... E fico também feliz por ver que a reforma do IRC estará praticamente aí, e finalmente com um apoio de um bloco central, envolvendo os três principais partidos.
No meio do meu síndrome vertiginoso, ainda consegui ouvir um surpreendente comentário na SIC,  de José Gomes Ferreira, a afirmar que sim de facto estamos todas a ganhar menos, e algumas pessoas em dificuldade, de facto alguns tiveram que emigrar para procurar trabalho, mas também de facto estamos finalmente a ver o país caminhar num rumo certo (ou seja, tudo realizado, foi de facto um mal necessário!).
Continuo é sem perceber, porque é que este comentário não teve a mesma partilha viral nas redes sociais, que outros comentários de José Gomes Ferreira...
Ficará para uma próxima a minha visão do Conceito de Estado Social.


Até breve...