Ora vamos fazer um exercício: as minhas botas estão rotas, e está a chover, logo para não molhar os pés é necessário que eu compre umas botas novas. Ora eu tenho apenas 50 euros para este orçamento... Chego à loja: temos uma botas para o efeito por 30euros, e depois tem mais duas opções: umas por 50 euros e outras por 100euros. Quais devo eu escolher: as de 30 euros, poupando 20euros para outra despesa, as de 50euros que são o valor do meu orçamento ou pedir um empréstimo e comprar as de 100euros que foram as que eu gostei mais?
E suponhamos que pedi dinheiro emprestado para comprar as de 100euros, e agora tenho as calças rotas. Ainda não paguei o empréstimo passado, empréstimo que já disse que não quero pagar, será que me vão emprestar agora dinheiro para comprar as calças novas que tanto preciso?
Pois bem... Porque podem os países endividarem-se continuamente, e quando a corda esticar gritarem que simplesmente não pagam?
Ou melhor ainda, porque tem o meu estado, cuja receita resulta em último do meu pagamento de impostos, que vi aumentar nos últimos anos para pagar a minha dívida soberana, ter que continuar a emprestar dinheiro a um país, que vai aumentar o ordenado mínimo porque simplesmente quer, e se recusa continuamente a pagar a dívida? E que acontecerá a este país, que agora pisca o olho à Rússia, se a Europa deixar de lhe emprestar dinheiro?
Tudo isto são interrogações, e acima de tudo incertezas... Porque infelizmente muitas das decisões com repercussões sérias para a Europa, são tomadas por povos individuais e não pelo povo europeu... Teria ganho o Tsipras na Grécia se todos os europeus tivessem tido opção de voto nas eleições gregas?
O futuro encarregar-se-à de dar razão a alguém , mas com toda a certeza irá apagar tanta euforia!
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